quarta-feira, 16 de março de 2011

A sexualidade em cada década de nossas vidas!

Sexo não é só técnica, é emoção. Por isso, quando ficamos inseguras, a vida a dois balança. Sentir medo é natural, e ele até nos protege de alguns riscos, mas também pode nos paralisar. Daí a necessidade de encará-lo. Existem dois temores que acompanham as mulheres durante toda a vida erótica ou grande parte dela: o de se contaminar com alguma doença sexualmente transmissível e o de engravidar fora de hora. Para o primeiro, o “remédio” é simples: use camisinha em todas as transas, no sexo oral, anal e na penetração vaginal. Já a insegurança em relação a uma gravidez indesejada acompanha a mulher até a menopausa. Adolescentes chegam a abusar da pílula do dia seguinte, indicada apenas para emergências (quando a camisinha se rompe ou ocorre sexo sem consentimento, por exemplo). Para se prevenir, o caminho certo é ir ao ginecologista uma vez ao ano e decidir com ele qual o método mais adequado para você. Quando conseguimos resolver questões como essas e lidar com a insegurança, ficamos mais preparadas para as mil delícias de nossa sexualidade.












Aos 20, os temores são...

Não agradar
Encantar o parceiro parece prioritário quando a gente acabou de sair da adolescência. Tudo ainda é muito novo: o sexo, os ficantes, namorados, o jeito de ser mulher, de lidar com os sentimentos. A ideia central costuma ser dar prazer ao outro. Por isso, o receio de não satisfazer o homem leva a mulher a topar coisas que muitas vezes não está nem um pouco a fim. Sexo a três é um exemplo. Relação anal, para muitas delas, é outro.

Aos 30, os temores são...

Não ter orgasmo
“Já faz um tempo que o fato de a mulher atingir ou não o clímax é motivo de dor de cabeça entre casais. Cerca de 30% das mulheres têm dificuldade para chegar lá. Vêm de supetão as perguntas do parceiro: “Você gozou? Por que não? Qual o problema?” E a mulher se pergunta: “Será que eu tenho defeito?” Com isso, cresce a insegurança. Fingir é péssima escolha: assim se perde a oportunidade de encontrar o caminho para virar o jogo”.

Aos 40, os temores são...

Não ser desejável
“Sim, você chegou à fase dos 40 e seu corpo mudou. Está insatisfeita? É possível cuidar um pouco mais da saúde e da aparência? Se for, que bom! Investir nisso faz a gente se sentir bem. O problema é depositar todas as fichas na aparência e achar que a vida amorosa e sexual se baseia apenas no aspecto físico. É terreno fértil para aumentar a insegurança de não mais despertar desejo no parceiro. E engolir o seu prazer, a sua autoestima”.
 Não namorar
“É nesta fase que muitos casais se separam. Surge o desafio do recomeço: de conhecer novas pessoas, encontrar outros rumos, iniciar relacionamentos. Muitas vezes o homem especial para namorar – ou casar – custa a aparecer. Divertir-se com quem não é tudo aquilo que você quer passa a ser uma opção. E também um fator de insegurança: “Será que esse é o meu destino sexual agora?” Pior: “Terei de me contentar com isso?””

Aos 50+, os temores são...

Perder o prazer
Aos 50, a menstruação falha ou para, e uma série de mudanças no corpo e também nas emoções se inicia, ditada pelas alterações hormonais da menopausa. A vagina às vezes não produz tanta lubrificação; o desejo não vem com a mesma intensidade; o orgasmo custa mais a ser alcançado. E bate o temor de não ser feliz na cama; de doer; de o sexo perder a graça; de ficar tão irritada a ponto de não suportar a presença de um homem ao lado.
Ficar nua
Tirar a roupa na frente de um homem pode ser uma delícia. Mas não quando a gente teme decepcioná-lo. Muitas vezes esquecemos que uma mulher de 50 anos tem o corpo de uma mulher de 50 anos. Assim como a de 20 aparenta 20. Claro que podemos cuidar da saúde e do visual para viver bem em todas as faixas etárias. Mas não adianta querer ser o que não é. Talvez mais interessante seja saborear o que cada fase traz.

 * Laura Muller, de São Paulo, psicóloga especialista em sexualidade e comunicadora social, é autora de Altos Papos sobre Sexo – Dos 12 aos 80 Anos (Globo, 2009) e sexóloga do programa Altas Horas, da TV Globo

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